quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Recenseamento - Marlene (1956)

Em 1940
lá no morro começaram o recenseamento
E o agente recenseador
esmiuçou a minha vida que foi um horror
E quando viu minha mão sem aliança
encarou para a criança que no chão dormia
E perguntou se meu moreno era decente
E se era do batente ou era da folia

Obediente eu sou a tudo que é da lei
fiquei logo sossegada e falei então:
O meu moreno é brasileiro, é fuzileiro,
é quem sai com a bandeira do seu batalhão!
A nossa casa não tem nada de grandeza
nós vivemos da fartura, sem dever tostão
Tem um pandeiro, tem cuíca e tamborim
tem reco-reco, um cavaquinho e um violão

Fiquei pensando e comecei a descrever
tudo, tudo de valor
que meu Brasil me deu
Um céu azul, um Pão de Açúcar sem farelo
um pano verde-amarelo
Tudo isso é meu!
Tem feriado que pra mim vale fortuna
a Retirada da Laguna vale um cabedal!
Tem Pernambuco, tem São Paulo, tem Bahia
um conjunto de harmonia que não tem rival

Em 1940
lá no morro começaram o recenseamento
E o agente recenseador
esmiuçou a minha vida que foi um horror
E quando viu minha mão sem aliança
encarou para a criança
que no chão dormia
E perguntou se meu moreno era decente
E se era do batente ou era da folia

Fiquei pensando e comecei a descrever
tudo, tudo de valor
que meu Brasil me deu
Um céu azul, um Pão de Açúcar sem farelo
um pano verde-amarelo
Tudo isso é meu!
Tem feriado que pra mim vale fortuna
a Retirada da Laguna vale um cabedal!
Tem Pernambuco, tem São Paulo, tem Bahia
um conjunto de harmonia que não tem rival

Assis Valente



Nenhum comentário:

Postar um comentário