quarta-feira, 9 de abril de 2014

O Rei de Ramos - Francis Hime (1980)

Ele disse pra escola caprichar
No desfile da noite de domingo
Com ginga, com fé

Pediu muita cadeira a requebrar
Minha boca com dente pra caramba
E samba no pé

De repente o pandeiro atravessou
De repente a cuíca emudeceu
De repente o passista tropeçou
E a cabrocha gritou que o nosso rei morreu

Viva o Rei de Ramos
Que nós veneramos
Que nós não cansamos de cantar

Viva o rei dos pobres
Que gastava os cobres
Nas causas mais nobres do lugar

Viva o rei dos prontos
Que bancava os pontos
Que pagava os contos do milhar

Viva o Rei de Ramos
Viva o Rei, viva o Rei
Viva o Rei de Ramos

Os seus desafetos e rivais
Misericordioso, não matava
Mandava matar

E financiava os funerais
As pobres viúvas consolava
Chegava a chorar

De repente gelou o carnaval
De repente o subúrbio estremeceu
E a manchete sangrenta do jornal
Estampou garrafal que o nosso rei morreu

Viva o Rei de Ramos
Que nós veneramos
Que nós não cansamos de cantar

Viva o rei dos crentes
E dos penitentes
E dos delinquentes do lugar

Viva o rei da morte
Da lei do mais forte
Do jogo, da sorte e do azar

Viva o Rei de Ramos
Viva o rei, viva o rei
Viva o Rei de Ramos
Viva o rei, viva o rei
Viva o Rei de Ramos
Viva o rei, viva o rei
Viva o Rei de Ramos
Viva o rei, viva o rei
Viva o Rei de Ramos
Viva o rei, viva o rei
Viva o Rei de Ramos
Viva o rei, viva o rei
Viva o Rei de Ramos
Viva o rei, viva o rei...

Dias Gomes / Francis Hime / Chico Buarque



1980 - Francis

Um comentário:

  1. liberar seu site para termos o prazer de compartilhar deste belo acervo um admirador rjrios

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